quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ceará é o Estado que mais superou as próprias metas no Ideb

Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011 mostram que o Ceará foi o Estado brasileiro com maior sucesso na superação das próprias metas para a qualidade do ensino fundamental nos anos iniciais (até a 4ª série). Apesar da evolução, a nota média obtida ainda é inferior a de todas as unidades da federação das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. 

Ideb no País: 
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Com o desempenho das escolas cearenses até a 4ª série, o Estado alcançou o índice 4,9, quando a projeção para o ano nessa fase do ensino era 4,0. Retirando da conta as escolas da rede privada, essa nota cai, mas ainda assim permanece uma melhora notável: 4,7 para uma meta de 3,6. Ou seja, mantém 0,9 de superação.
Em entrevista ao iG , a secretária de Educação do Ceará, Izolda Cela, comemorou os resultados e atribuiu parte do desempenho ao Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic). Implantada em 2007 pelo governo do Ceará, a iniciativa é uma parceria com os municípios para tentar garantir a alfabetização das crianças até o 2º ano do ensino fundamental. O programa investe principalmente na formação continuada dos professores.
“Esse resultado mostra o sucesso daquilo que nós estamos propondo e elegemos como política prioritária para a educação do Estado”, afirmou a titular da pasta de Educação.
Contudo, no comparativo dos anos iniciais, a rede estadual ficou aquém da rede municipal, embora também tenha havido superação da meta estabelecida. As escolas estaduais obtiveram média 4,4, quando a projeção era 4,0. Houve uma diminuição no ritmo da evolução. De 2009 para 2011, o crescimento da nota foi de apenas 0,2. De 2007 para 2009 a rede melhorou 0,7.
Esse descompasso se deu principalmente pelas notas obtidas pelas 35 escolas indígenas do Estado. “Este ano estamos com uma atenção mais especial para essa parcela de escolas”, disse Izolda Cela.
A cada dois anos, o Ideb mede a qualidade das escolas das redes de ensino com base nas taxas de aprovação e notas dos estudantes em provas de Matemática e Língua Portuguesa. Ao lado de Tocantins, o Ceará foi o Estado a obter a maior nota média em todo Norte e Nordeste nos anos iniciais.
O Ceará vem melhorando seu desempenho em pelo menos meio ponto a cada nova avaliação. Em 2005, o Estado obteve a nota 3,2. Em 2007, 3,8. O ano de 2009 marcou a mudança de dígito para 4,4. O salto em 2011 foi o maior do Ceará na história do Ideb.
Dos 182 municípios avaliados pelo MEC, 174 alcançaram a meta para 2011. Ou seja, 95,6% da rede de ensino. Apenas Minas Gerais e Acre conseguiram um resultado tão expressivo, superando também 90% de todos os municípios.
Na região Nordeste, dos 11 municípios com nota igual ou superior a 6,0 – meta do País para 2021 – nove são do Ceará. Com exceção de Sobral, que obteve média 7,3, todos têm menos de 50 mil habitantes. Das 2081 escolas avaliadas em todo Estado, 143 atingiram pontuação igual ou superior a 6,0.
Anos finais
A exemplo do que ocorre em todo País , o desempenho do Ceará cai na avaliação do desempenho dos estudantes nos anos finais do ensino fundamental (5ª a 8ª série) em relação aos anos iniciais, mas ainda merece destaque nacional.
Com nota 4,2, o Estado aparece em primeiro lugar no Nordeste e em oitavo no País. Além disso, mais de 90% das escolas públicas do Estado conseguiram alcançar a meta proposta para 2011. Dos 183 munícipios calculados, 167 atingiram a projeção. Em todo País, somente Amazonas conseguiu resultado parecido.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao MEC responsável pelo Ideb, tem a expectativa de que o Ceará alcance um resultado melhor na fase final do ensino fundamental nas próximas edições da avaliação, em função do desempenho já obtido nos anos iniciais.
Segundo a secretária Izolda Cela, o programa implantado pelo Estado este ano para acompanhar também os estudantes de 5ª série em breve dará resultados semelhantes ao desempenho nos anos iniciais. “Hoje nós temos dificuldades com as crianças e adolescentes que chegam a um nível mais avançado da escola com uma base muito precária”, ponderou.

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